Em abril deste ano, o robô Rover Curiosity encontrou evidências de água em Marte. A tecnologia usada pela engenhoca tem nome complicado: Espectroscopia de Emissão Óptica em Plasma Induzido por Laser (LIBS). Basicamente, ele usa a emissão de luz oriunda de átomos em um plasma para analisar solos. Agora, é a vez das lavouras experimentarem a tecnologia.
O Robô Mirã, desenvolvido pela Embrapa Instrumentação e pelo Laboratório de Robótica Móvel da USP de São Carlos (SP), é quem faz o trabalho.
O equipamento foi apresentado na 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que aconteceu em Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no mês de julho.
Ele analisa solos (estima a quantidade de matéria orgânica no solo, fertilidade e pH) e plantas (analisa a nutrição e detecta doenças). “O robô permite um mapeamento preciso da lavoura, considerando que a aplicação deinsumos é determinada pela média de amostras, com análise de solo espaçada. Isso gera uma grande economia de insumos a serem aplicados”, explica a pesquisadora Débora Milori, coordenadora do projeto.
“Com LIBS é possível analisar amostras sólidas, líquidas e gasosas e, com uma única medida, é possível detectar todos os elementos de maneira simultânea”, diz.
O Mirã, segundo Débora, é portátil e não usa fios. Agora, ela e os professores Daniel Magalhães e Marcelo Becker, da Usp São Carlos, trabalham para levar sensores que realizam coleta de dados para enviá-los diretamente às fazendas.
Fonte: Globo rural