Na avaliação do consultor de mercado Carlos Cogo, a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de manter as taxas de juros básicos “irá prolongar a volatilidade nas moedas de mercados emergentes, incluindo o Real. Ou seja, a pressão de desvalorização do Real deve prosseguir, dando sustentação aos preços da soja e do milho no mercado brasileiro”.
“Os investidores de grãos (nos mercados futuros de soja e milho) vinham mantendo uma posição de cautela diante da possibilidade de o banco central norte-americano (FED) elevar os juros pela primeira vez em nove anos. Um aumento provavelmente resultaria no fortalecimento do dólar, tornando commodities produzidas nos Estados Unidos menos atraentes para compradores estrangeiros”, lembra o sócio-diretor da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.
“Para os investidores nos mercados emergentes, a redução do risco de uma subida antecipada do juro tem o efeito benefício de aliviar o estresse do mercado financeiro, mas sem melhora na perspectiva de crescimento é difícil que gestores escolham esses ativos menos líquidos. Essa preocupação parece ser mais evidente para alguns mercados como o Brasil. Moedas com problemas não relacionados ao Fed provavelmente permanecerão fracas. O Real brasileiro é uma delas diante das preocupações fiscais e riscos políticos”, conclui Cogo.