terça-feira, novembro 26, 2024

Nova cultivar de cenoura da Embrapa recebe certificação do Mapa

Nova cultivar de cenoura da Embrapa recebe certificação do Mapa

Atendido em sua grande maioria por materiais importados, o mercado de produção de cenouretes (ou minicenouras) passará a contar com uma nova opção genuinamente brasileira. O Diário Oficial da União do dia três de fevereiro último registrou a certificação da BRS Planaltina, cultivar de cenoura com características apropriadas para processamento – o certificado, emitido pelo Serviço Nacional de Cultivares do Mapa constitui-se condição sine qua non exigida para a comercialização de sementes de novas cultivares.

Desenvolvida pela Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), a BRS Planaltina foi apresentada à cadeia produtiva de hortaliças em 2015, durante a Agrobrasília, feira de tecnologias e negócios agropecuários realizada anualmente na região do Distrito Federal. Na ocasião, tendo em vista o processo de certificação, suas sementes aguardavam a devida autorização para ser disponibilizadas. Com o cumprimento do rito obrigatório, a previsão é de que a oferta ocorra até o final do primeiro semestre de 2016, o que representa a reta de chegada de um trabalho pensado alguns bons anos atrás.

De acordo com o pesquisador Agnaldo Carvalho, que coordena o Programa de Melhoramento de Cenoura, o projeto de pesquisa que resultou na BRS Planaltina foi espelhado na experiência exitosa com a produção de cenouretes nos Estados Unidos, a chamada “baby carrot”. A ideia de reproduzir no Brasil o conhecimento relacionado à produção de cenoura processada, levou o então pesquisador e coordenador do programa Jairo Vieira, atual chefe-geral da Embrapa Hortaliças, a elaborar um projeto de melhoramento visando desenvolver uma cultivar com características apropriadas para o processamento.

“A BRS Planaltina foi desenvolvida para servir como uma alternativa para os materiais utilizados para a produção de minicenouras, realizada por meio de sementes híbridas importadas, o que implica em custos financeiros significativos, refletidos nos altos preços exibidos nas gôndolas dos supermercados”, assinala Carvalho. “Além do custo de importação, no cultivo desses materiais tem que considerar também a questão da adaptação às nossas condições tropicais”, acrescenta.

Cultivar de verão, a BRS Planaltina possui características que permitem um bom rendimento industrial – raízes finas, compridas (de 22 a 26 cm), lisas e uniformes -, quando comparada a outros materiais de cenoura. Segundo o pesquisador, a expectativa é que a importação seja substituída pela produção de sementes da nova cultivar, “aí vamos contar com material nacional o ano inteiro para abastecer o mercado de produção de minicenouras”. A validação pela iniciativa privada já foi devidamente acertada, com o envio de sementes da BRS Planaltina a uma empresa processadora em São Paulo, que vai produzir a cultivar em escala industrial, para avaliar rendimento no campo e a qualidade do material.

Com relação à próxima etapa pós-certificação, a fase atual envolve o plano de marketing da BRS Planaltina, primeiro passo para dar início ao processo de disponibilização das sementes. “Junta-se as informações estatísticas, características e potencialidades desse material, assim como suas limitações, para a montagem do edital pela Embrapa Produtos e Mercado (SPM), seguida pela oferta pública e às empresas interessadas que se enquadrarem nas normas previstas no processo é concedida licença para produzir sementes”, explica Carvalho.

PROCESSADORA

Vale destacar que aos trabalhos de pesquisa de melhoramento agregou-se o esforço de desenvolver uma máquina de processamento para produção de cenouretes. A ideia da concepção do equipamento foi baseada aos que já existiam nos Estados Unidos, e foi pensada para atender o pequeno produtor no aproveitamento de cenouras com menos padrão comercial.

 

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