A colheita da soja 2015/2016 em Mato Grosso na última semana chegou a 99,6% da área com uma média de 46,72 sacas por hectare colhida. O resultado da produtividade do grão na reta final dos trabalhos nas lavouras no Estado é preocupante, pois pode trazer recuo na produção. Segundo relatório do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), ao mesmo tempo em que terminam a colheita, os produtores já iniciam a compra de insumos para o próximo ciclo. Até março 36,57% dos insumos da safra 2016/2017 haviam sido adquiridos.
Há 10 semanas a produtividade de soja vem apresentado recuo em Mato Grosso, conforme o Imea. Na variação semana entre 15 e 22 de abril a retração na produtividade média constatada foi de 1,01 sacas. Já no comparativo com o ciclo 2014/2015 5,20 sacas a menos ante as 51,92 colhidas em média por hectare.
A menor produtividade constatada está na região Nordeste com 40,81 sacas por hectare, aponta relatório do Imea.
“Não há a mínima chance de fechar em alta a produção com a produtividade abaixo da média da safra passada. Começamos bem em algumas regiões e depois começou a cair”, comenta o produtor em Sinop, Antônio Galvan.
A produtividade em Mato Grosso começou a decair em decorrência ao clima. Além do stress hídrico no período da semeadura, o Estado sofreu com falta de chuva em fevereiro e em março, de acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Endrigo Dalcin.
Conforme Endrigo Dalcin e o superintendente do Imea, Daniel Latorraca, um levantamento está sendo realizada uma pesquisa com produtores por meio das redes sociais. O intuito é saber quanto cada produtor plantou e colheu nas safras 2014/2015 e 2015/2016. A previsão é que na próxima semana o levantamento final da safra de soja 2015/2016 de Mato Grosso seja divulgado.
Insumos 2016/2017
Segundo o Imea, 36,57% dos insumos para a safra 2016/2017 já foram adquiridos pelos produtores de soja até março. O percentual é acima do verificado para o ciclo 2015/2016.
“Os agricultores aproveitam do recuo na taxa de câmbio para avançar nas compras dos insumos. Mesmo com o dólar recuando nos últimos meses, os custos produtivos da safra 16/17 continuam recordes, com o custo variável em R$ 2.810,86/ha, cerca de 10,5% acima ao da safra atual. Ao se considerar a mesma produtividade esperada para a safra atual, o ponto de equilíbrio (custo variável/produtividade) passaria de R$ 49,32/sc na safra 15/16 para R$ 54,47/sc na safra 16/17. Com a alta volatilidade do dólar, o risco da próxima safra se eleva e, por isso, o planejamento da safra, sobretudo, com relação ao descasamento da moeda no momento da compra de insumos e venda do produto, deve ser bem calculado pelo produtor”, pontua o Imea em seu Boletim Semanal da Soja.