Representantes de governo, técnicos e agricultores familiares do Peru que trabalham na cadeia produtiva de algodão iniciaram, nesta segunda-feira, uma visita ao Brasil para conhecer a experiência brasileira no setor algodoeiro.
Durante 20 dias, o grupo formado por 18 pessoas visitará três estados (Mato Grosso, Minas Gerais e Paraíba) para conhecer experiências na área de políticas públicas, abastecimento de sementes de algodão, mecanização, associativismo e comercialização da fibra.
A missão técnica iniciou em Brasília (DF), com uma reunião na Representação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), com a participação da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário.
O Representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic ressaltou a importância de visitas técnicas para conhecer as experiências e as boas práticas brasileiras, no âmbito da Cooperação Sul-Sul, e que podem ser uma oportunidade para ampliar conhecimentos e melhorar os sistemas produtivos, como no caso da produção de algodão no Peru.
De acordo com a responsável pela Coordenação-Geral de Mobilização de Parcerias Institucionais/Trilateral com Organismos da Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE), Cecilia Malagutti, toda a agenda da missão foi elaborada pelo governo brasileiro e a FAO com o cuidado de identificar as instituições que pudessem aportar conhecimentos e informações sobre a cadeia de valor do algodão.
Em Brasília, a missão visitou ainda a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) e a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e a ABC/MRE.
A visita técnica é parte do projeto de Cooperação Sul-Sul Trilateral executado pelo governo do Brasil, representado pela ABC/Ministério das Relações Exteriores, pela FAO e os países do Mercosul, Associados e Haiti que visa contribuir para o desenvolvimento sustentável da cadeia de valor do algodão nos países parceiros, assim com ampliar as capacidades de coordenação interinstitucional para o fortalecimento do setor.
Cooperação Sul-Sul para fortalecimento do setor
O projeto Fortalecimento do Setor Algodoeiro por meio da Cooperação Sul-Sul, do Programa de Cooperação Brasil-FAO, também apresenta a possibilidade de avançar em direção a mercados diferenciados e nichos que permitam agregação de valor e geração de renda para as famílias.
A experiência brasileira na atividade algodoeira é uma referência para o projeto, já que o Brasil passou da condição de importador a de importante exportador de algodão, principalmente devido ao grande aumento na produtividade. O país fez investimentos significativos em pesquisa agropecuária, que impulsaram o desenvolvimento de tecnologias adaptadas a novas fronteiras agrícolas. Além disso, o Brasil é referencia em políticas públicas para o setor da agricultura familiar, despertando interesse da delegação, cujo País tem 90% da produção de algodão em mãos de pequenos produtores familiares.
Além do Peru, são parceiros neste projeto a Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Haiti e Paraguai.
Projeto no Peru
No Peru, o setor algodoeiro é composto quase que totalmente pela agricultura familiar. Mais de 90% dos produtores peruanos plantam algodão em menos de cinco hectares. No país, o projeto de fortalecimento do setor algodoeiro visa promover a troca de experiências e de conhecimentos entre as instituições peruanas e do Brasil, além de contribuir para o fortalecimento das capacidades institucionais.
As zonas de trabalho do projeto são Piura, Lambayeque e Ica. Nestas áreas são executadas atividades destinadas à transferência de tecnologia e modernização do setor algodoeiro, fortalecimento da organização, planejamento e coordenação entre atores-chave deste setor, adoção de boas práticas agrícolas como uso de sementes certificadas e capacitação de extensionistas, pesquisadores e técnicos agrários.
Participam como parceiros peruanos do projeto o Ministério da Agricultura (Minagri), o Instituto Nacional de Inovação Agrária (INIA) e a Agência Peruana de Cooperação Internacional (APCI), além das direções agrárias dos três departamentos de atuação do Projeto. Como instituições brasileiras cooperantes participam a Embrapa, Abrapa e Associação Brasileira das Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer).