domingo, novembro 24, 2024

2020: o Ano da China para as exportações do Paraná

2020: o Ano da China para as exportações do Paraná

O apetite gigantesco da China por proteína animal era o que o Paraná precisava para ampliar ainda mais as vendas de carne de frango. O estado é o principal produtor, dentro do segundo maior player em avicultura do mundo, o Brasil. E o mercado chinês tem sido o principal destino das exportações paranaenses. Em geral, o estado remessou US$ 14,8 bilhões em produtos para o mundo entre janeiro e novembro de 2019, segundo o Ministério da Economia – US$ 3,73 bilhões apenas para o gigante asiático. Somente os embarques de carne de frango do Paraná em 2019 renderam US$ 2,5 bilhões.

O momento vivido pelo país asiático, atualmente assolado por crises sanitárias como Peste Suína Africana (PSA) e Influenza Aviária, desperta o interesse do governo do Paraná de vender mais. A intenção agora, com o status de livre de febre aftosa sem vacinação, é exportar carne suína para aquele destino. De acordo com o Rabobank, a demanda por carnes na China em 2020 deve ser ainda maior que no ano passado.
A C. Vale foi uma das cooperativas e sentir os reflexos da imensa demanda chinesa por carne. Segundo Reni Girardi, gerente da Divisão Industrial da cooperativa, “a China tem se destacado como importante parceiro comercial na área de carnes”. “Existe uma forte demanda por proteína animal, que deve se manter em 2020”, afirma. No ano passado, a C Vale exportou 72% da carne de frango que produziu, com grande participação da China.

Foi de olho nesse cenário promissor para a produção paranaense que o governador do estado, Carlos Massa Ratinho Junior, foi à China em abril de 2019. O convite foi feito pelo embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, que esteve no Paraná em março.

Estudos de técnicos da secretaria mostram que só as exportações de carne suína poderão dobrar das atuais 107 mil toneladas para 200 mil toneladas por ano se o Paraná conquistar apenas 2% do mercado potencial, liderado por China, Japão, México e Coreia do Sul. São países que pagam mais pelo produto com reconhecida qualidade sanitária, e representam 64% do comércio mundial de carne suína.

Com o reconhecimento de área livre de febre aftosa sem vacinação, o Paraná poderia exportar, sem restrições, para esses países que compram cerca de 5 milhões de toneladas de carne suína por ano, o equivalente a seis vezes as exportações atuais.

FORTALECER A PARCERIA COM A CHINA

Para continuar vendendo em patamares elevados para a China, de acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, as indústrias avícolas paranaenses possuem um trabalho contínuo de aperfeiçoamento.

“Por isso, estamos habilitando cada vez mais plantas no Paraná, exatamente para cumprir a demanda chinesa”, ressalta. Ele acrescenta que “a tendência é que, mesmo com interrupção nas negociações pela situação de saúde pública no país, nós temos que continuar buscando fortalecer a parceria com a China, de maneira cada vez maior”.

A batalha, segundo ele, é tentar junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e com as autoridades chinesas, habilitar o maior número possível de empresas. “Afinal, é um mercado de um bilhão e meio de pessoas. Para isso, nós já temos tecnologia e as empresas mais bem preparadas do Brasil. Tanto as cooperativas quanto as empresas”, reforça.

EXPECTATIVA DE NOVAS HABILITAÇÕES

De acordo com a Associação Brasileiro de Proteína Animal (ABPA), a estratégia que o setor já adotou tem se mostrado bastante efetiva, com o reforço às parcerias junto às autoridades chinesas, trabalhos de promoção e fomento às exportações, e para a expansão das plantas habilitadas e reforço ao próprio quadro de defesa agropecuária.

A entidade aponta que, juntamente com o Mapa, está constantemente negociando a habilitação de novas plantas frigoríficas, tanto de aves, como de suínos. “A lacuna de suprimento de proteínas causada pela Peste Suína Africana perdura, comprovada pela manutenção do fluxo de exportações para o mercado chinês”, afirma.

Neste contexto, há a expectativa de que a China tenha a intenção de expandir sua capacidade de importação, com a habilitação de novas plantas. Entretanto, segundo a ABPA, não existe um cronograma de habilitações ou programação de novas habilitações informadas pelas autoridades chinesas

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