sexta-feira, junho 27, 2025

Vendas da nova safra de café ganham ritmo e pressionam cotações internacionais

Vendas da nova safra de café ganham ritmo e pressionam cotações internacionais

Negócios com café da safra 2025/26 avançam no Brasil, com maior volume no conilon; clima, conflitos e cenário econômico global mantêm volatilidade nos mercados

A entrada no mercado da nova safra brasileira de café 2025/2026 pressiona as cotações do café em Nova York e Londres, informa o Boletim Carvalhaes publicado na sexta (13) à noite. Mantendo os fundamentos – estoques baixos em países produtores e consumidores, clima irregular e equilíbrio precário entre produção e consumo mundial – a chegada do inverno complica o cenário, avalia o boletim.

Segundo o relatório, o quadro político e econômico global continua incerto, levando a fortes e rápidas oscilações das bolsas no mundo. Sem previsões, a indicação do Escritório Carvalhaes, que publica o relatório semanal, “é preciso aguardar o desenvolvimento das negociações na guerra tarifária entre


EUA e China, convivendo com muita volatilidade nos mercados mundiais em meio às rápidas mudanças de opinião do presidente americano”. Ainda de acordo com o boletim, o rompimento entre o presidente americano e seu principal apoiador e aliado, Elon Musk, reforçou a insegurança dos agentes econômicos.

A invasão da Ucrânia pela Rússia e o ataque terrorista do Hamas à Israel são conflitos agravantes, e o recente e vitorioso ataque das forças israelenses contra o Irã (uma consequência do ataque terrorista do Hamas) desestabilizaram os mercados globais na sexta (13).

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O ritmo da nova colheita é bom, e os primeiros números vão, segundo o relatório, confirmando as previsões de agrônomos e cafeicultores, ou seja, safra maior para o conilon e menor para arábica, quando comparadas à de 2024. “Mas é cedo para conclusões mais seguras”, alerta o boletim.

As chuvas que caíram no início de junho em algumas regiões produtoras de arábica derrubaram frutos e vão comprometer a qualidade média dos cafés dessas regiões. Nos cinco primeiros meses de 2025, foram exportadas 4 milhões de sacas,  menos que no mesmo período de 2024. Segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), foram embarcadas  16.789.878 sacas de café – 19,2% menos que as 20.791.355 sacas embarcadas de janeiro a maio de 2024.

Na quinta (12), o Cecafé informou que, em maio, foram embarcadas 2.963.201 sacas de café, aproximadamente 33,34% (1.482.628 sacas) menos que no mesmo mês de 2024 e 4,5% (140.792 sacas) menos que em abril. Foram 2.400.177 sacas de arábica (queda de 10,7%, ou 288.165 sacas em relação a abril de 2025) e 202.686 sacas de conilon (alta de 93,3% ou 97.849 sacas em relação a abril de 2025), totalizando 2.602.863 sacas de café verde embarcadas. Somadas a 356.891 sacas de solúvel (alta de 16,5% ou 50.676 sacas em relação a abril de 2025) e 3.447 sacas de torrado, chega-se ao total de 2.963.201 sacas exportadas em maio.

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Contratos de arábica
Na sexta (13), os contratos de arábica na ICE Futures US e os de robusta na ICE Europe, apesar de abrirem seus pregões em forte baixa, encerraram o dia em alta moderada. A chegada de uma frente fria sobre os cafezais do sudeste brasileiro no fim de semana que passou sustentou as cotações do café, apesar do cenário negativo na economia internacional com o agravamento da situação no Oriente Médio.

Os contratos de arábica com vencimento em julho próximo na ICE Futures US, em Nova York, oscilaram sexta (13) 1.350 pontos entre a máxima e a mínima.

Bateram em US$ 3,5155 na máxima do dia, em alta de 375 pontos. Fecharam valendo US$ 3,4970 com ganhos de 190 pontos. Na quinta (12), caíram 285 pontos e na quarta (10), 440 pontos. Na terça (9), recuaram 650 pontos. Na segunda (8), subiram 350 pontos.

Esses contratos somaram queda na semana passada de 835 pontos. Subiram na semana retrasada 1.560 pontos e recuaram 1.855 pontos na semana anterior a ela. Caíram em maio 5.830 pontos e, em abril, acumularam ganhos de 2.535 pontos. Em 2025, até o fechamento de sexta (13), estes contratos para julho próximo somam alta de 4.125 pontos.

Contratos de robusta
Na ICE Europe, na sexta (13), os contratos de robusta para julho próximo bateram, na máxima do dia, em US$ 4.464 por tonelada – alta de US$ 67. Fecharam o pregão valendo US$ 4.438, com ganhos de US$ 41. Na quinta (12) subiram US$ 5 e na quarta (11), caíram US$ 17. Na terça (10), recuaram US$ 113. Na segunda (9), subiram US$ 82.

Somaram queda de US$ 2 na semana passada e de US$ 70 na semana retrasada. Recuaram US$ 280 na semana anterior a ela. Caíram US$ 280 em maio e, em abril, tiveram alta de US$ 71. Em 2025, até sexta (13), esses contratos de robusta para julho próximo acumulam queda de US$ 289 por tonelada.

Cafés certificados
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US subiram sexta (13) 8.767 sacas. Estão em 846.291 sacas. Há um ano eram 808.067 sacas, subindo nesse período 38.224 sacas. Subiram na semana passada 25.622 sacas e caíram na semana retrasada 67.721 sacas. Subiram na semana anterior a ela 1.800 sacas.

Em maio, somaram alta de 74.722 sacas. Em abril, subiram 43.192 sacas, em março, recuaram 35.112 sacas e, em fevereiro, caíram 61.994 sacas. Em janeiro, a queda foi de 112.385 sacas.

Em 2025, até sexta (13), os estoques certificados pela ICE Futures US acumulam queda de 133.676 sacas.

Contratos futuros em R$
Em reais por saca, os contratos para julho próximo na ICE Futures US fecharam sexta (13) valendo R$ 2.563,17. Terminaram a sexta anterior valendo R$ 2.637,64 e a sexta anterior e ela, R$ 2.591,12.

Mercado físico
Aos poucos, no mercado físico brasileiro, cresce o número de negócios fechados com lotes da nova safra 2025/2026. Há interesse comprador para todos os padrões de café. Os trabalhos de colheita do arábica estão com bom ritmo e começam a sair vendas de lotes da nova safra. As vendas de conilon estão mais avançadas, com volume bem maior de negócios fechados.

Lotes de arábica da atual safra 2024/2025 ainda em mãos de produtores são poucos, em volume historicamente baixos. Os cafeicultores que detêm esses lotes se recusam a vender nas bases de preços ofertadas atualmente pelos compradores.

Embarques
Até dia 13, os embarques de junho estavam em 712.427 sacas de café arábica, 160.287 sacas de café conilon e 80.599 sacas de café solúvel, totalizando 953.313 sacas embarcadas contra 945.206 sacas no mesmo dia de maio.

Certificados de origem
Até sexta (13), os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 1.203.084 sacas, contra 1.164.222 sacas no mesmo dia do mês anterior.

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