Presidente dos disse esperar que país asiático quadruplique as importações do grão americano
Com o preço da soja “mergulhado” em um canal de baixa na bolsa de Chicago, os valores reagiram nesta segunda-feira (11/), respondendo a comentários do presidente americano Donald Trump relacionados com a demanda do grão nos EUA. Os papéis futuros para setembro avançaram 2,48%, cotados a US$ 9,9175 o bushel.
A soja passou a subir expressivamente após a declaração do presidente dos EUA, que mesmo em meio a uma guerra tarifária com os chineses, disse esperar que o país asiático quadruplique as importações de soja americanas.
No entanto, para Ronaldo Fernandes, analista da Royal Rural, será impossível a China fazer esse movimento de compras.
“No ano passado, os chineses compraram 22 milhões de toneladas de soja dos EUA, mas para esta safra [2025/26] eles não compraram um navio sequer. Além disso, se quadruplicarmos esse número, serão 88 milhões de toneladas, que nem mesmo o Brasil [maior exportador mundial] conseguiu vender à China, mesmo com a quantidade recorde de soja para aquele mercado, de 74 milhões de toneladas em 2024”, afirma Fernandes.
Para ele, com a declaração, Trump adota a mesma estratégia utilizada com o anúncio das tarifas, que em um primeiro momento dão forte impulso aos preços, para logo depois acontecer uma acomodação.
“O mercado precifica agora [a fala de Trump], mas quando ele entender que os EUA não tem soja para isso, e que China também não quer comprar agora, pois nunca teve tanta soja quanto tem agora, o preço vai cair muito mais do que deveria”, projeta.
Por fim, o analista ressalta que a tendência para os valores em Chicago não muda, e portanto permanece de baixa, considerando as perspectivas com a safra a americana, cujas indicações indicam oferta acima do esperado inicialmente. “Esse movimento de alta é uma boa oportunidade para travar preços para a safra futura”.
O milho também avançou na sessão desta segunda-feira. Os contratos para dezembro subiram 0,55%, a US$ 4,0775 o bushel.
Além de um ajuste técnico motivado pelas baixas recentes, o milho ganhou apoio dos dados de demanda. As inspeções de milho para exportação nos Estados Unidos chegaram a 1,49 milhão de toneladas na semana encerrada em 7 de agosto, informou hoje o Departamento de Agricultura do país (USDA). Na semana imediatamente anterior, foram negociadas 1,28 milhão de toneladas.
O preço do trigo, por sua vez, registrou leve alta em Chicago. Os papéis para setembro avançaram 0,10%, negociados a US$ 5,15 o bushel.