O mercado da soja segue aquecido no Brasil, com os preços internos sendo sustentados por prêmios firmes nos portos e por um câmbio favorável, mesmo diante das pressões externas. Segundo informações divulgadas pela Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), a média gaúcha encerrou a semana em R$ 125,22 por saca, enquanto em outras regiões os valores oscilaram entre R$ 116,00 e R$ 126,50/saca.

O mercado internacional, no entanto, vive um ambiente de incertezas. As exportações dos Estados Unidos acumulam 48,9 milhões de toneladas no ano comercial, mas o impasse com a China segue pressionando os produtores. Com a tarifa imposta por Donald Trump, os chineses praticamente pararam de comprar soja dos EUA, concentrando suas compras no Brasil e na Argentina.

Esse movimento abriu espaço para o produtor brasileiro ampliar suas vendas. De acordo com a CEEMA, cerca de 120 milhões de toneladas de soja já haviam sido negociadas até agosto. O câmbio, com o dólar em R$ 5,49 no dia 21, também ajudou a melhorar a remuneração no mercado interno.

Por outro lado, os estoques finais elevados, estimados pela Conab em 3,9 milhões de toneladas – mais de quatro vezes acima do registrado um ano antes – impedem uma valorização mais expressiva. Isso sinaliza que os preços podem se manter estáveis, sem grandes saltos no curto prazo.

A combinação de prêmios firmes, câmbio favorável e demanda chinesa segue garantindo bons patamares para a soja no Brasil. Contudo, analistas alertam que uma eventual retomada das negociações entre EUA e China pode mudar esse cenário e impactar diretamente o mercado nacional.