terça-feira, setembro 2, 2025

Devido à queda no preço, produtor deve reduzir área com arroz na próxima safra

Devido à queda no preço, produtor deve reduzir área com arroz na próxima safra

A queda dos preços do arroz no mercado brasileiro tem gerado reações tanto do governo federal, que aposta em incentivos ao setor com compras do grão para formação de estoques, quanto dos produtores, que planejam reduzir a área plantada para evitar baixas ainda maiores das cotações.

Essas estratégias foram parte de dois anúncios realizados nesta segunda-feira (1/9) durante a feira Expointer, em Esteio (RS). O primeiro foi da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que lançou um novo aporte de R$ 300 milhões para operações de Contratos de Opção de Venda (COV) para o cereal, com foco na safra 2025/2026.


Já a estratégia dos orizicultores em reduzir área plantada foi confirmada pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), que anunciou as primeiras expectativas para a safra 2025/26 no Estado. Segundo o Irga, os agricultores do Rio Grande do Sul, maior produtor nacional de arroz, deverão semear 920 mil hectares com a cultura, um recuo de 5,17% em relação aos 970 hectares plantados na temporada 2024/25.

Os dois movimentos, do governo e dos produtores, tem objetivo semelhante: proteger os produtores diante de oscilações de mercado e assegurar um preço mínimo para o cereal. Atualmente, os preços do arroz em casca, de acordo com o indicador Cepea/Irga-RS, estão operando pouco acima de R$ 67 a saca de 50 quilos. Há um ano, a cotação estava acima de R$ 117 a saca.

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“Esta próxima safra talvez seja uma das mais difíceis que já atravessamos”, destacou Denis Dias Nunes, presidente da Federação das Associações dos Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz). Para o dirigente, o recuo de área plantada pode ser ainda maior dependendo das condições de mercado.

Na cerimônia, também foi confirmado o pagamento a agricultores que venderam arroz para o governo na safra passada. No fim de 2024, a Conab conseguiu um crédito extraordinário de R$ 1 bilhão para o lançamento de COV. A intenção era comprar até 500 mil toneladas, com preço de R$ 87,62, acima do mínimo de R$ 63,64 estabelecido para a safra.

Houve pouco interesse pelos produtores, que consideravam a proposta desinteressante devido aos preços maiores do cereal no mercado, e apenas 91 mil toneladas de arroz foram negociadas.

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Segundo o presidente da Conab, Edegar Pretto, a companhia garantiu algo em torno de 20% em cima da menor cotação, e hoje está pagando R$ 87 pela saca de 50 quilos. “O governo está com a mão estendida para quem produz. Convido o setor do arroz a fazer uma reflexão como no ano passado, e entender que o COV é uma boa alternativa para garantir preço”, afirmou.

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