A TF Agroeconômica alertou que o mercado de trigo no Rio Grande do Sul entrou em estado de “atenção”, diante do aumento das chuvas e da deterioração da qualidade dos grãos colhidos. Segundo a consultoria, os volumes acumulados variam entre 30 e 80 mm, e a previsão é de tempo instável até pelo menos 6 de novembro, o que mantém incertezas sobre a retomada da colheita.
Mesmo com o avanço das cotações em Chicago e Matif, o mercado físico de trigo no Brasil segue sem reação. A TF Agroeconômica destaca que os prêmios FOB Golfo recuaram devido à fraqueza nas exportações e ao avanço do plantio de trigo de inverno nos Estados Unidos. No cenário interno, moinhos gaúchos estão pagando cerca de R$ 1.100,00 por tonelada nas regiões da Serra e Metropolitana, mas nas áreas produtoras o valor não passa de R$ 1.000,00 no FOB. No Porto de Rio Grande, o trigo para exportação é cotado a R$ 1.170,00 sobre rodas, o que resultaria entre R$ 1.000,00 e R$ 1.020,00 no interior. Na “pedra”, os preços seguem levemente em queda, com R$ 59,00 por saca em Santa Rosa e R$ 60,00 em Panambi.
Em Santa Catarina, a primeira oferta de trigo da safra 2025 foi considerada alta: R$ 1.250,00 FOB em Xanxerê. Há alternativas mais competitivas vindas do Rio Grande do Sul, com ofertas a R$ 1.080,00 FOB mais R$ 180,00 de frete, e de São Paulo, a R$ 1.250,00 CIF. Os moinhos catarinenses têm ofertado entre R$ 1.130,00 e R$ 1.150,00 CIF, enquanto os preços pagos ao produtor permanecem estáveis, variando de R$ 61,00 a R$ 65,00 por saca conforme a região.
No Paraná, o mercado continua travado, com compradores ofertando R$ 1.250,00 CIF para entrega em novembro e pagamento em dezembro. Trigos argentino e paraguaio seguem competitivos, cotados a US$ 258/260 no Porto e US$ 245 CIF Curitiba. O preço médio pago aos produtores caiu 0,29% na semana, para R$ 64,14 por saca, o que amplia o prejuízo médio para -14,06%, já que o custo de produção está em R$ 74,63. A TF Agroeconômica lembra, porém, que o mercado futuro chegou a oferecer margens positivas de até 32,1%, reforçando a importância do uso de travas de preço antecipadas para reduzir riscos.