A recente missão agroalimentar da União Europeia ao Brasil, liderada pelo Comissário Christophe Hansen, realizada no final de outubro, confirmou a direção futura das parcerias entre os dois blocos. Mais do que abrir portas para produtos, o encontro serviu para alinhar expectativas técnicas, e o recado para o produtor brasileiro é claro: o futuro do acesso ao mercado premium europeu depende da rápida adoção de tecnologia, rastreabilidade e, principalmente, proteção biológica.

Maciej Majewski, cofundador da Associação Pomares de Grójec, da Polônia, destacou que a inovação mais eficiente nasce da troca de conhecimento prático entre quem está no campo. “A rota mais rápida para melhores decisões na exploração agrícola é o intercâmbio entre agricultores”, afirmou. Majewski foi enfático ao apontar a proteção biológica de culturas, como “o futuro da produção agrícola”.

Essa visão é compartilhada por Johan Aberg, Diretor de Agricultura da MTK (Finlândia). Ele reforça que a parceria futura será guiada por dados. Para Aberg, o produtor brasileiro deve monitorar de perto não apenas os preços das commodities tradicionais, como soja e milho, mas principalmente as “métricas de conformidade de sustentabilidade”, como a redução da pegada de carbono e o aumento do uso de bio-insumos.

Ambos concordam que os maiores riscos para o comércio futuro são os extremos climáticos. A cooperação em tecnologia, como a agricultura de precisão e a gestão de dados, é vista como a principal ferramenta para garantir a resiliência e a produtividade do agronegócio nos dois lados do Atlântico.