Escassez de mão de obra pressiona produtores europeus a investir em automação
A automação já é o padrão no setor de hortaliças, frutas e verduras na Europa. Na Agritechnica 2025, a maior feira de máquinas agrícolas do mundo, equipamentos capazes de substituir o trabalho de dezenas de pessoas são oferecidos para diversas culturas.
As quatro câmeras identificam imperfeições como sarna, rhizoctonia, furos, danos, coloração esverdeada e até materiais estranhos, como pedras e torrões, e remove as unidades fora do “padrão de entrega.
De acordo com Van Staveren, o sistema trabalha de forma contínua, sem pausas, garantindo uniformidade e consistência que dificilmente seriam alcançadas manualmente.
“A máquina tem cerca de 90% de precisão e precisa apenas de uma pessoa supervisionando o processo. Se fosse tudo feito à mão, seriam necessárias de quatro a cinco pessoas por linha, por turno, o equivalente a cerca de 40 pessoas em uma operação completa”, comparou.
A Optica Q combina câmeras inteligentes e um software próprio que utiliza técnicas de aprendizado profundo (deep learning) para aprimorar constantemente o desempenho da máquina.
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Investimento por necessidade
O equipamento custa em torno de R$ 1,3 milhão (220 mil euros), mas tem se tornado padrão entre produtores europeus de batatas. O principal fator é a escassez de mão de obra.
“Os produtores querem flexibilidade: trabalhar à noite, nos fins de semana, sem depender de equipes grandes. A automação é a única forma de garantir isso”, resume Van Staveren.
O equipamento conta com capacidade para 15 a 18 toneladas por hora, dependendo do tamanho médio das batatas. Em modelos maiores, voltados a batatas comerciais, a capacidade chega a 25 toneladas por hora.
“Ela analisa cada tubérculo em alta velocidade, medindo o valor real de cada batata, o que garante o máximo aproveitamento da colheita”, destaca Van Staveren.
Outro diferencial é o design compacto, que facilita a integração a linhas de classificação já existentes, inclusive de outros fabricantes.
A Tolsma Grisnich tem também versões combinadas com classificadores ópticos, como a Optica CS, ou com separadores vibratórios tradicionais.
“O produtor pode adaptar conforme sua necessidade, seja no processamento imediato após a colheita, seja após o armazenamento”, explica o executivo.


