segunda-feira, novembro 17, 2025

Mercado da soja oscila com clima no Brasil e dólar em queda

Mercado da soja oscila com clima no Brasil e dólar em queda

Valorização do real e atraso no plantio no Sul mantêm mercado físico travado

O mercado da soja encerrou a última semana em clima de cautela, segundo análise divulgada pela Grão Direto. Apesar da retomada dos relatórios do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) após 43 dias de paralisação, que gerou forte oscilação na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços internos no Brasil pouco reagiram, pressionados pela valorização do real e incertezas climáticas.


Entre os destaques do documento, a redução na produção de soja americana não foi suficiente para animar o mercado, que focou na revisão negativa das exportações dos EUA e no aumento das exportações brasileiras e argentinas — sinal de perda de competitividade da soja americana no cenário internacional.

No Brasil, o movimento de alta em Chicago foi praticamente neutralizado pela valorização do real frente ao dólar, que encerrou a semana em R$ 5,29. De acordo com a análise, o fortalecimento da moeda brasileira foi influenciado pela manutenção da taxa Selic em patamar elevado e pela tendência global de desvalorização do dólar.

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O Índice Soja FOB Santos, calculado pela Grão Direto, fechou a semana a R$ 144,79 por saca, com queda de 0,53%. A desvalorização reflete a combinação entre dólar mais fraco e ajustes nos prêmios de exportação.

Ainda segundo a Grão Direto, o foco do mercado se desloca agora dos Estados Unidos para o Brasil, com o clima assumindo papel central nas decisões. Dados da Conab indicam que o plantio nacional alcançou 58,4% da área prevista — ligeiramente acima da média histórica (57,0%). No entanto, o avanço é desigual entre as regiões.

Enquanto o Mato Grosso já plantou 90,1% da área, o Rio Grande do Sul apresenta forte atraso. Informações da Emater-RS apontam que apenas 22% da soja foi semeada, frente à média de 45% para esta época, devido ao excesso de chuvas e à ocorrência de ciclones.

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No Centro-Norte, regiões como Goiás e Matopiba também enfrentam lentidão, com irregularidade nas chuvas comprometendo o ritmo da semeadura.

Para a próxima semana, o clima segue como principal vetor de preços, segundo a análise da Grão Direto. A necessidade de uma janela seca no Sul e a regularização das chuvas no Centro-Norte serão decisivas para o avanço da safra. Caso os problemas se agravem, há possibilidade de elevação nos prêmios de risco na CBOT. Outro ponto de atenção é o retorno do relatório de Vendas Semanais do USDA, previsto para o dia 20 de novembro. A última divulgação, referente a dados antigos de setembro, frustrou o mercado e aumentou a expectativa por informações atualizadas sobre a demanda chinesa.

 

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