Mercados abertos desde 2023 representam um potencial de negócios de mais de R$ 33,3 bilhões
O Brasil vem colhendo resultados importantes com aberturas de novos mercados para o agronegócio. Desde 2023, foram 491 novos acessos conquistados para os produtos do setor. Segundo levantamento da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), esse movimento já colocou cerca de US$ 3 bilhões a mais na balança comercial do país.O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, afirmou que o número será potencializado nos próximos anos à medida que a promoção comercial avançar e os negócios fluírem nos novos mercados. Ele ressaltou que as aberturas garantiram bons resultados para a balança comercial do agro em 2025 “mesmo com o tarifaço e todas as dificuldades”. No acumulado de janeiro a outubro deste ano, as exportações do agronegócio somaram US$ 141,97 bilhões, crescimento de 1,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O gerente de Agronegócio da ApexBrasil, Laudemir Müller, afirmou que os mercados abertos desde 2023 representam um potencial de negócios de mais de R$ 33,3 bilhões. “Essas aberturas colocam o Brasil em mercados de US$ 33 bilhões onde não estávamos. Isso dá a dimensão e impacto desse tipo de trabalho”, afirmou no evento.
Ao analisar 400 novos mercados abertos desde 2023, sem considerar os últimos 91 concretizados nos últimos meses, a avaliação da ApexBrasil é de que as aberturas já renderam US$ 2,3 bilhões em negócios realizados. Com os 491, o faturamento chega a US$ 3 bilhões no período.
No curto prazo, se os exportadores brasileiros dos produtos que conseguiram novos mercados alcançarem o mesmo ritmo de vendas que já têm em destinos consolidados, a estimativa da ApexBrasil é que os negócios gerem incremento de US$ 3,8 bilhões por ano nas exportações.
“Alcançando o mesmo market-share que o Brasil possui no mundo nos mercados abertos desde 2023, teremos um crescimento de US$ 3,8 bilhões anuais”, destacou Müller.
O principal ganho no período foi com exportações para a América do Norte, principalmente para o México. Com as aberturas do mercado mexicano para as carnes suína e bovina do Brasil, os embarques para lá desde 2023 passaram de US$ 1,1 bilhão, de acordo com o levantamento da ApexBrasil. Apenas em 2025, são US$ 723 milhões até outubro. Em 2022, esses negócios estavam zerados.
Outros exemplos citados pelo gerente são as exportações de algodão em pluma para o Egito, mercado aberto em 2023 e que já rendeu faturamento acumulado de US$ 177,4 milhões. Só em 2025, foram US$ 113 milhões.
“Em três anos, já superamos no Egito a participação de venda de algodão da média mundial, que é 30%. Imaginávamos que chegaríamos a US$ 80 milhões e já passamos de US$ 113 milhões”, disse Müller.
Para a China, a exportação de gergelim, mercado aberto em novembro de 2024, já faturou US$ 158,7 milhões.
O incremento nas vendas com os mercados abertos gerou faturamento extra para todas as regiões do país entre janeiro de 2023 e outubro de 2025, disse Müller. Na região Norte, os 400 mercados abertos geraram exportações US$ 264 milhões; no Centro-Oeste, foram US$ 1,2 bilhão. No Sul e no Sudeste, as novas oportunidades resultaram em US$ 457 milhões e US$ 278 milhões em negócios, respectivamente. Empresas do Nordeste venderam US$ 62 milhões no período para os novos mercados abertos.


