Lagarta-do-cartucho e falsa-medideira preocupam produtores
As infestações de lagartas seguem entre os principais entraves para a produção de soja e milho no país. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indicam que o impacto sobre a produtividade pode chegar a 30% nas lavouras de soja, enquanto no milho as perdas podem atingir até 40% em cenários de alta pressão da praga. Entre as espécies mais recorrentes estão a lagarta-do-cartucho e a falsa-medideira.
A agrônoma destaca que a resistência das pragas a tecnologias de transgenia e defensivos químicos está associada ao uso repetitivo das mesmas moléculas. “O sucesso no controle das diferentes espécies de lagartas passa pela adoção de um Manejo Integrado de Pragas (MIP) eficiente”, afirma. Ela explica que a falta de rotação tem reduzido a eficácia de ferramentas utilizadas no campo, como ocorreu com o método varietal, que “em determinado momento oferecia controle das lagartas entre 80 e 90%”.
O clima brasileiro, caracterizado por umidade e altas temperaturas, favorece a proliferação das pragas, e regiões do Cerrado — como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, oeste da Bahia e Goiás — enfrentam desafios ainda maiores.
Entre as alternativas de manejo, Cavalcante cita o uso do Biobrev Full, composto por duas cepas de Bacillus thuringiensis e Brevibacillus laterosporus. Segundo ela, o produto atua por contato e ingestão. “Realizando uma boa cobertura foliar com Biobrev Full, a lagarta ingere as bactérias e estas causam perfurações em seu intestino, resultando em morte por infecção generalizada”, explica. Ela acrescenta que a enzima quitinase, derivada do Brevibacillus laterosporus, também rompe a cutícula das lagartas, ampliando a eficácia do controle.


