Na década de 1990, o Paraná ocupava a liderança nacional na produção da fibra
O algodão volta a ser cogitado como uma alternativa viável e rentável para os produtores do Paraná. A avaliação é da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado, que destaca o potencial da cultura para se firmar novamente no território paranaense, aproveitando-se da instabilidade nos preços de outras commodities agrícolas e dos efeitos provocados pelas mudanças climáticas.
A vantagem paranaense está também na fertilidade do solo. De acordo com técnicos da Secretaria, esse fator pode permitir o uso de apenas metade da adubação empregada em regiões como o Cerrado. Além disso, o cultivo do algodão contribui para a conservação do solo e pode garantir renda suficiente ao produtor, reduzindo a necessidade de uma segunda safra, o que ameniza o desgaste do terreno.
Levantamento realizado em 2014 já apontava um consumo de aproximadamente 60 mil toneladas de plumas no Paraná. A Acopar vê com otimismo a possibilidade de crescimento da cultura e projeta uma retomada gradual nos próximos anos.
Em 2024, três municípios apresentaram produção comercial registrada no Valor Bruto da Produção (VBP). Sertaneja, no Norte do Estado, se destacou como principal produtor. O município aumentou sua área cultivada de 124 hectares, em 2023, para 520 hectares em 2024, elevando a produção de 601 para 2.095 toneladas. Com isso, o VBP subiu de R$ 8,8 milhões para R$ 18,3 milhões, um crescimento de 107%. A expectativa da Acopar é que o cultivo atinja 1,5 mil hectares já em 2025, ampliando a presença do algodão no cenário agrícola estadual.