Oferta restrita de áreas à venda e o interesse pelo cultivo do grão também explicam a valorização em regiões cafeeiras do Brasil
Minas Gerais e São Paulo, os dois maiores produtores de café arábica do Brasil, são as regiões mais valorizadas. No segundo trimestre, a alta foi de 3,18% em Minas Gerais em relação ao mesmo período um ano antes, para R$ 72,11 mil por hectare. Em São Paulo, o aumento foi de 2,33% na mesma base de comparação, para R$ 80,66 mil. Em três anos, as altas acumuladas são de 26,26% em Minas e de 27,54% em São Paulo.
O agricultor João Gerodo, que produz café em Santa Cruz da Prata (MG), busca aproveitar o mercado aquecido. Ele está negociando a venda de uma área de cerca de 12 hectares, que pertence a um irmão dele, com potencial para plantio de café entre Guaxupé (MG) e São Pedro da União (MG).
“Com certeza percebemos essa valorização nas áreas de café aqui na região nos últimos tempos. O café está em alta e ele é o forte no sul de Minas”, afirma. Segundo Gerodo, há dois potenciais compradores interessados na propriedade. Um já é produtor e aguarda a colheita para formalizar a proposta e o outro ofereceu um terreno para ajudar na negociação.
Gabriel Faleiros e Leydiane Brito, analistas da S&P Global Commodity Insights, explicam que o café é uma cultura de alto valor agregado que requer um ambiente adequado para atender aos seus padrões de qualidade, incluindo terras localizadas em altitudes apropriadas, uma topografia que possibilite a mecanização e a irrigação, entre outros fatores.