quarta-feira, junho 25, 2025

Bancada ruralista quer suspender programa de rastreabilidade de agrotóxicos

Bancada ruralista quer suspender programa de rastreabilidade de agrotóxicos

Parlamentares da bancada ruralista querem sustar os efeitos da portaria 805/2025 do Ministério da Agricultura, publicada no início de junho, que instituiu o Programa Nacional de Rastreabilidade de Agrotóxicos e Afins (PNRA). A indústria de pesticidas demonstrou descontentamento com a norma.

A avaliação do setor é que o modelo de rastreamento criado pela Pasta do ministro Carlos Fávaro será “pouco eficaz” e vai gerar custos adicionais à cadeia, com restrições à aplicação de outras tecnologias no processo de controle e acompanhamento dos produtos. Haverá reuniões com o ministério nos próximos dias para propor alterações e aperfeiçoamentos na regra.


O senador Marcos Rogério (PL-RO) e o deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), apresentaram dois projetos de decretos legislativos para barrar a norma. Ainda não há previsão de votação das propostas.

A portaria do Ministério da Agricultura prevê a criação de uma plataforma tecnológica, chamada de Brasil-ID/Rastro-ID, que acompanhará a movimentação dos produtos, desde a saída das fábricas até o consumo e a etapa de logística reversa, e que rastreará sua localização.

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De acordo com a Pasta, a criação do sistema de rastreabilidade tem como objetivo coibir o comércio ilegal de agrotóxicos e roubo de cargas. De 2019 a 2024, a Polícia Federal (PF) já apreendeu 273 toneladas de agrotóxicos irregulares, segundo levantamento do portal R7. A ferramenta também deve acompanhar se o consumo dos produtos ocorre dentro do prazo de validade.

A indústria de agrotóxicos, no entanto, diz que foi “pega de surpresa” com a publicação da portaria. Um grupo de trabalho criado pelo ministério no ano passado, com a participação de representantes do setor privado, ainda estava em vigor e não havia concluído as análises sobre o modelo de rastreabilidade a ser adotado.

O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) disse que é a favor da instituição de um mecanismo de rastreabilidade que seja “eficaz e viável”. A entidade diz que continua aberta ao diálogo na busca de “soluções factíveis” para a questão.

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“O grupo de trabalho constituído pelo Ministério da Agricultura ainda não havia finalizado a discussão e foi pego de surpresa com a normativa publicada”, disse, em nota.

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