O faturamento no mês chegou a US$ 1,9 bilhão, alta de 39,1% em relação ao mesmo período de 2024
As exportações brasileiras de carne bovina alcançaram 357 mil toneladas em outubro de 2025. Esse é o maior volume mensal desde o início da série histórica, em 1997, e supera em 1,5% os embarques de setembro deste ano, de 352 mil toneladas, que era recorde até então. O faturamento no mês chegou a US$ 1,9 bilhão, alta de 39,1% em relação ao mesmo período de 2024.
O volume exportado é 18,7% maior que os de outubro de 2024, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
No acumulado do ano, as exportações de carne bovina atingiram 2,79 milhões de toneladas, com receita de US$ 14,31 bilhões. Os resultados representam crescimentos de 16,6% em volume embarcado no período e de 35,9% nos valores faturados em relação aos dez primeiros meses de 2024.
De acordo com a Abiec, o desempenho mantém o Brasil próximo do recorde de 2024, quando foram exportadas 2,89 milhões de toneladas da proteína, com receita total de US$ 12,8 bilhões. A marca pode ser superada ainda em novembro neste ano, caso o ritmo atual seja mantido, prevê a entidade. Os resultados até agora confirmam o país na liderança das exportações mundiais de carne bovina. Ao todo, os embarques chegaram a 162 países em 2025.
O principal produto exportado é a carne in natura, com mais de 320,5 mil toneladas em outubro e US$ 1,7 bilhão de faturamento, com preço médio de US$ 5,5 mil por tonelada. O item representa quase 90% do volume total embarcado e 93,5% da receita. Em seguida estão miúdos e produtos industrializados. Também foram vendidas gorduras, tripas e carnes salgadas.
Estados Unidos
Mesmo com o tarifaço de 50% sobre a carne bovina, o Brasil continua exportando para os Estados Unidos. Houve retração no ritmo dos embarques desde agosto, em razão das tarifas adicionais, mas o fluxo não foi totalmente interrompido.
Em outubro, as vendas chegaram a 12,9 mil toneladas, ritmo já mais acelerado do que nos dois meses anteriores, quando foram embarcadas 9,3 mil toneladas e 9,9 mil toneladas, respectivamente.
“O país segue como um destino fundamental para a carne bovina brasileira”, disse a Abiec, em comunicado. A manutenção das exportações se deve à competitividade e regularidade do produto, disse a entidade.
Mercados
A China manteve a liderança nas compras de carne bovina do Brasil em outubro, com mais de 190,8 mil toneladas importadas e US$ 1,046 bilhão em negócios, o equivalente a 53% do volume e 55% da receita total do mês.
Em seguida ficaram União Europeia (17 mil toneladas/US$ 140,4 milhões), Estados Unidos (12,9 mil toneladas/US$ 83,1 milhões), Chile (12,7 mil toneladas/US$ 72,3 milhões), Filipinas (12,4 mil toneladas/US$ 56,3 milhões), México (10,1 mil toneladas/ US$ 56,2 milhões), Egito (12,1 mil toneladas/US$ 53,9 milhões), Rússia (11,8 mil toneladas/US$ 48,6 milhões), Arábia Saudita (6,5 mil toneladas/US$ 34,7 milhões) e Hong Kong (7,8 mil toneladas/US$ 29,7 milhões).
No acumulado de janeiro a outubro, a China segue como principal destino, com 1,34 milhão de toneladas (US$ 7,10 bilhões), o que representa 48,1% do volume e 49,7% do valor total exportado. Em segundo lugar estão os EUA, seguidos por México (104,3 mil toneladas/US$ 569,4 milhões), Chile (104,4 mil toneladas/US$ 569,8 milhões) e União Europeia (101,4 mil toneladas/US$ 824 milhões).
Os mercados que mais ampliaram suas compras em 2025 foram México (+213%), União Europeia (+109%), China (+75,5%), Rússia (+50,4%) e Estados Unidos (+45%), demonstrando a diversificação e o fortalecimento das exportações brasileiras, disse a Abiec.
Força do setor
Roberto Perosa, presidente da Abiec, disse em comunicado que o desempenho de outubro confirma a força do setor, o avanço na abertura e ampliação de novos mercados e o equilíbrio entre o abastecimento do mercado interno e as exportações.
A Abiec reúne 47 empresas responsáveis por 98% das exportações de carne bovina do Brasil.


