Número fazem parte de estudo inédito encomendado pela associação brasileira do segmento
O setor de amendoim movimentou R$ 18,6 bilhões na safra 2024/25, segundo a Associação Brasileira do Amendoim (AbexBR), que representa produtores, beneficiadores, exportadores e indústrias da cadeia.
Esse e outros números do amendoim no Brasil estão em um estudo inédito encomendado pela associação à consultoria Markestrat que foi apresentado em um evento em Ribeirão Preto na última quarta-feira (3/12) com a presença de produtores, indústrias e representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
“Pela primeira vez, temos uma visão completa e quantificada do nosso impacto. Com R$ 18,6 bilhões em faturamento, a importância do amendoim ultrapassa o campo e chega à mesa de negociação de grandes instituições. Temos dados concretos para guiar investimentos, estruturar linhas de crédito e influenciar políticas públicas que sustentem a nossa eficiência produtiva, que já é a terceira maior do mundo”, afirmou Cristiano Fantin, presidente da AbexBR.
O estudo apontou que o PIB da cadeia é de R$ 7,6 bilhões, a arrecadação de impostos soma R$ 3,9 bi e a massa salarial, R$ 1,4 bilhão. O valor faturado se divide entre os cinco elos da cadeia do amendoim: insumos, máquinas e implementos somam R$ 2,5 bilhões; a produção primária, R$ 4,3 bilhões; o beneficiamento e processamento, R$ 4,9 bilhões; a industrialização, R$ 2,6 bilhões e o atacado e varejo, R$ 4 bilhões.
Segundo o presidente, o estudo servirá como base para o poder público, setor financeiro e de seguros na hora de regular a produção, formatar linhas de crédito e oferecer garantias de safra com precisão.
“Esta é a nossa ferramenta para falar ‘para dentro’ do setor e ‘para fora’, com o governo, mostrando a capacidade de geração de valor, emprego e renda que o amendoim tem. É um setor que mais que triplicou o volume de produção na última década e precisa de informações à altura do seu crescimento.”
Produção recorde
O mapeamento mostra que a produção brasileira na safra 2024/25 alcançou um recorde de 1,3 milhão de toneladas de amendoim com casca, um aumento superior a 70% em relação às 733,7 mil toneladas colhidas na safra anterior, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento.
As 1,3 milhão de toneladas resultaram em 947 mil toneladas de amendoim sem casca. Desse total, 408 mil toneladas foram esmagadas para a produção de óleo e 539 mil toneladas foram destinadas a grãos.
O levantamento aponta ainda que devido a uma convergência de fatores agrícolas, econômicos, tecnológicos e institucionais, em dez anos (entre as safras 2014/15 e 2024/25) a produção de amendoim no Brasil mais que triplicou.
Um total de 54 países se destacam na produção de amendoim, sendo que dez países concentram um total de 81% da produção mundial. São eles: China com 37% da produção, Índia com 14%, Nigéria com 8%, Estados Unidos com 6%, Senegal com 4%, Mianmar com 3%, Argentina com 3%, Brasil com 2%, Sudão com 2% e Guiné com 2%. Pela primeira vez, o Brasil aparece entre os dez maiores produtores (era o 19º há dez anos). China e Índia também são os maiores consumidores.
O mercado mundial de exportação do amendoim em casca em 2024 ficou perto de 5 milhões de toneladas. A Argentina, com 1,1 milhão de toneladas, liderou o ranking, seguido por Índia (975 mil toneladas), China (650 mil toneladas), Estados Unidos (567 mil toneladas) e Brasil (550 mil toneladas). Juntos, os cinco respondem por 79% das exportações mundiais, segundo dados da USDA (Departamento de Agricultura dos EUA). Na exportação de óleo, o Brasil só perde para a Índia.


