Produtividade pode ficar comprometida
As recentes ocorrências de geadas e o aumento na frequência de eventos climáticos extremos têm acendido o alerta no setor agropecuário brasileiro. Culturas sensíveis ao frio, como o café arábica e a cana-de-açúcar, estão entre as mais afetadas por quedas bruscas de temperatura, com prejuízos que impactam diretamente a produtividade e a qualidade industrial das lavouras.
No caso da cana-de-açúcar, temperaturas abaixo de 5 °C já provocam estresse térmico e perdas na qualidade da matéria-prima. Quando os termômetros se aproximam de 0 °C, o cenário é ainda mais grave: ocorre a queima das folhas, morte de gemas e paralisação do crescimento, exigindo colheita imediata — muitas vezes antes do ponto ideal de maturação, o que compromete severamente o rendimento da safra. O risco é mais acentuado em regiões do noroeste do Paraná, sul de São Paulo e sudeste do Mato Grosso do Sul, onde há mais de 90% de probabilidade de ocorrência anual de frio intenso.
Estudos climáticos da empresa, com base em dados de 1970 a 2024, indicam que regiões tradicionais produtoras de café e cana têm alta frequência de dias com temperaturas mínimas abaixo de 5 °C. Isso reforça a necessidade de estratégias preventivas para minimizar os efeitos do frio nas lavouras, incluindo a escolha de variedades mais resistentes e a adoção de práticas de manejo voltadas à mitigação dos impactos climáticos.