quarta-feira, junho 25, 2025

‘Capital do arroz’ não tem lavouras do cereal

‘Capital do arroz’ não tem lavouras do cereal

Sentados em volta de uma mesa grande, um grupo de empresários pressiona o garçom: “Que arroz vocês usam por aqui?”. Sem jeito, o funcionário do restaurante se esquiva: “Todos na cidade são ótimos, por isso variamos as marcas”. O diálogo segue com risadas entre empresários rivais, que nao por acaso são também parentes e amigos. O cenário é Santa Cruz do Rio Pardo, cidade do interior paulista onde nunca se cultivou uma única touceira de arroz, mas que ostenta o título de capital estadual do cereal.

O município tem seis das maiores indústrias de arroz do país fora do Rio Grande do Sul, e a atividade é apontada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como a maior responsável pelo PIB per capita de R$ 57.800 em 2022. O segmento é também a razão de o salário médio do município ser de 2,5 mínimos, mais alto que em cidades maiores nas limitações de Santa Cruz, como Marília ou Ourinhos.


Por lá, o preço da saca e se o presidente americano, Donald Trump, vai taxar as importações, permeiam as conversas não só dos encontros dos empresários nos restaurantes, mas também da população de 50.000 habitantes nas praças e pequenas ruas.

O gerente do restaurante comenta: “Não posso dizer qual marca uso no restaurante para não criar inimizade entre clientes e familiares dos Pegorer”. Não por acaso, a família Pegorer em vários ramos de descendência é dona de todas as indústrias de arroz da cidade.

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Em meados de 1960, netos e trinetos dos imigrantes italianos que se instalaram por lá começaram a comercializar o cereal dentro do Estado para aproveitar duas oportunidades que chegaram ao mesmo tempo: o início do cultivo de arroz por gaúchos em Mato Grosso do Sul e a instalação de uma fábrica de equipamentos beneficiadores na cidade, a Suzuki.

“Além de uma indústria de máquinas ter surgido por aqui, esses precursores do negócio se beneficiavam da logística entre o polo produtor e o mercado consumidor paulista”, conta Fernando Zaia, um dos diretores da Brasília Alimentos, empresa que é dona da marca Solito. Na época, havia uma ferrovia que ligava o interior de São Paulo ao Rio Grande do Sul, o que facilitava o transporte do cereal entre os dois Estados.

O município tem seis das maiores indústrias de arroz do país fora do Rio Grande do Sul, e a atividade é apontada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como a maior responsável pelo PIB per capita de R$ 57.800 em 2022. O segmento é também a razão de o salário médio do município ser de 2,5 mínimos, mais alto que em cidades maiores nas limitações de Santa Cruz, como Marília ou Ourinhos.

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Por lá, o preço da saca e se o presidente americano, Donald Trump, vai taxar as importações, permeiam as conversas não só dos encontros dos empresários nos restaurantes, mas também da população de 50.000 habitantes nas praças e pequenas ruas.

À Globo Rural, o gerente do restaurante comenta: “Não posso dizer qual marca uso no restaurante para não criar inimizade entre clientes e familiares dos Pegorer”. Não por acaso, a família Pegorer em vários ramos de descendência é dona de todas as indústrias de arroz da cidade.

Em meados de 1960, netos e trinetos dos imigrantes italianos que se instalaram por lá começaram a comercializar o cereal dentro do Estado para aproveitar duas oportunidades que chegaram ao mesmo tempo: o início do cultivo de arroz por gaúchos em Mato Grosso do Sul e a instalação de uma fábrica de equipamentos beneficiadores na cidade, a Suzuki.

“Além de uma indústria de máquinas ter surgido por aqui, esses precursores do negócio se beneficiavam da logística entre o polo produtor e o mercado consumidor paulista”, conta Fernando Zaia, um dos diretores da Brasília Alimentos, empresa que é dona da marca Solito. Na época, havia uma ferrovia que ligava o interior de São Paulo ao Rio Grande do Sul, o que facilitava o transporte do cereal entre os dois Estados.

Os precursores do negócio na cidade se beneficiavam da logística entre o polo produtor o mercado consumidor
Os precursores do negócio na cidade se beneficiavam da logística entre o polo produtor o mercado consumidor

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