A colheita do trigo avança lentamente no Sul do Brasil, enquanto os preços permanecem sem força para reagir, mesmo com altas nas bolsas internacionais. Segundo dados da TF Agroeconômica, cerca de 14% a 15% da área já foi colhida no Rio Grande do Sul, com qualidade considerada mediana, mas superior à da safra passada.
As amostras analisadas até o momento apontam PH em torno de 78, força de glúten (W) média de 220, chegando a picos de 270, e teor proteico próximo de 12%. Há, porém, relatos de incidência de DON, associado à pressão da Giberella, favorecida pela redução nos tratamentos preventivos devido aos custos. A preocupação agora é com as chuvas previstas, que podem comprometer ainda mais a qualidade dos grãos.
No mercado, os preços continuam estáveis, sem refletir as altas de Chicago e Matif. O trigo gaúcho é cotado a cerca de R$ 1.100,00 posto moinhos na Serra e Região Metropolitana, enquanto o preço FOB não ultrapassa R$ 1.000,00, desestimulando novos negócios. As cotações de exportação no Porto de Rio Grande estão em R$ 1.170,00 sobre rodas, equivalendo a R$ 1.000,00 a R$ 1.020,00 no interior. Já na “pedra”, o preço médio pago ao produtor varia de R$ 59,00 a R$ 60,00 por saca.
Em Santa Catarina, a primeira oferta do trigo catarinense chegou a R$ 1.250,00 FOB em Xanxerê, considerada alta. Os preços ao produtor seguem entre R$ 61,00 e R$ 65,00 por saca. No Paraná, o mercado segue travado, com compradores oferecendo R$ 1.250,00 CIF moinhos para entrega em novembro e vendedores pedindo até R$ 1.300,00 FOB. O preço médio pago aos produtores caiu 0,29% na semana, para R$ 64,14/saca, ampliando o prejuízo frente ao custo de produção estimado em R$ 74,63, segundo o Deral.
