A temporada 2024/25 foi marcada por um cenário de otimismo no campo
O mercado de arroz no Brasil encerrou 2025 com forte retração nos preços. Segundo dados divulgados pelo Cepea, a combinação entre uma produção nacional elevada, crescimento da oferta global e enfraquecimento da demanda — tanto interna quanto externa — pressionou as cotações ao menor nível real em mais de uma década.
O bom desempenho climático desde o início do ciclo favoreceu o desenvolvimento das plantações, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, onde se concentra a produção nacional. Com isso, a Conab estimou a produção de arroz em 12,76 milhões de toneladas, volume 20,62% superior ao registrado na safra anterior.
Apesar do desempenho produtivo positivo, o excesso de oferta tornou-se um desafio para o setor. De acordo com o Cepea, a dificuldade das indústrias para escoar o arroz beneficiado e o desinteresse do varejo em reforçar estoques limitaram o ritmo de comercialização ao longo do ano.
A média anual do Indicador foi de R$ 71,84 por saca de 50 kg, queda nominal de 53,2% frente ao valor médio registrado em 2024. Em termos reais, considerando o IGP-DI, o patamar atingido representa o menor desde junho de 2011, segundo apontam os pesquisadores do Cepea.
No mercado externo, a concorrência com países exportadores tradicionais, como Índia, Vietnã e Tailândia, limitou o avanço das vendas brasileiras. A maior oferta internacional, com preços mais competitivos, dificultou a colocação do arroz nacional nos principais destinos.
Para os agentes da cadeia, o desafio agora está em reequilibrar o mercado. Com estoques elevados e preços comprimidos, a estratégia para 2026 deverá priorizar o planejamento da produção, a diversificação de mercados e uma reavaliação dos custos para garantir sustentabilidade ao setor arrozeiro.


