sexta-feira, setembro 19, 2025

Conab prevê aumento nas exportações de soja e milho na safra 2025/26

Conab prevê aumento nas exportações de soja e milho na safra 2025/26

As exportações de soja do Brasil deverão aumentar 5% na safra 2025/26 e passar de 106,6 milhões de toneladas para 112,1 milhões de toneladas, de acordo com as primeiras perspectivas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgadas nesta quinta-feira (18/9). Assim, o país manterá o posto de maior exportador mundial da oleaginosa no próximo ciclo produtivo.

O aumento nas vendas externas da soja brasileira deverá ser impulsionado pela redução nas exportações dos Estados Unidos e pelo aumento da demanda global. A procura da China, que absorve 73% do grão nacional, deverá se manter aquecida, prevê a Conab.


De acordo com a Conab, a demanda global por soja continua em expansão, impulsionada pelo aumento do esmagamento para alimentação animal e pela maior produção de biocombustíveis, tanto no Brasil quanto no exterior.

Com a alta nos estoques globais, a Conab diz que a tendência é de que os preços internacionais da soja se mantenham baixos, “o que possivelmente poderá resultar em viés de baixa dos preços no mercado interno e reduzir as margens de rentabilidade dos produtores em 2026”.

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“Mesmo com preços internos pressionados e desafios de rentabilidade, a cultura mantém elevada liquidez e retorno atrativo. Nesse cenário, as projeções para a safra 2025/26 de soja em grãos indicam que o Brasil deverá expandir a área cultivada e, caso não haja nenhum problema climático, a produção nacional deve alcançar mais um recorde produtivo, reforçando a posição do Brasil como maior produtor mundial de soja”, diz a estatal.

A Conab estima ainda que a previsão de aumento na mistura de biodiesel ao diesel (atualente em 15%) e a crescente procura por proteína vegetal indicam que o volume de esmagamento de soja deverá manter a tendência de expansão, o que aumenta a demanda pela soja.

Nas projeções da estatal, a produção da oleaginosa chegará a 177,6 milhões de toneladas na safra 2025/26 e o consumo interno será de 63,3 milhões de toneladas. O estoque inicial da safra é previsto em 10,2 milhões de toneladas e o final em 13 milhões de toneladas.

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“Mesmo com a previsão de forte procura externa e a elevação do consumo interno do grão, espera-se uma recomposição dos estoques de passagem, com o elevado volume de produção projetado para a safra 2025/26”, explica a estatal.

Milho

As exportações de milho do Brasil deverão aumentar 16% na safra 2025/26 e passar de 40 milhões de toneladas para 46,5 milhões de toneladas, de acordo com as primeiras perspectivas da Conab. A expectativa da estatal é de preços mais atrativos no primeiro semestre de 2026, o que vai puxar o aumento de área plantada no país, mas com produção menor.

Para a safra 2025/26, a Conab indica aumento de área cultivada. Na primeira safra, haverá uma reversão da tendência de retração dos últimos anos, com estimativa de crescimento de 4,3% na área semeada.

“Esse movimento é sustentado pela expectativa de preços mais atrativos no primeiro semestre de 2026, favorecidos pela sazonalidade, historicamente positiva no período, bem como pela perspectiva de maior demanda externa, diante de um possível redirecionamento das compras asiáticas do milho norte-americano para o sul-americano, em resposta ao aumento de tarifas impostas por importantes países importadores na Ásia”, diz a companhia.

“Essa queda de produtividade decorre do patamar excepcional registrado na safra 2024/25, beneficiada por condições climáticas amplamente favoráveis”, explica a Companhia.

Algodão

As exportações brasileiras de algodão deverão se manter estáveis na safra 2025/26, de acordo com a Conab. A expectativa da estatal é que sejam embarcadas 2,95 milhões de toneladas da pluma, com mercado externo aquecido.

Nas projeções da companhia, a produção total de algodão também terá estabilidade na temporada 2025/26 e ficará em 4,09 milhões de toneladas. A colheita deve ser apenas 0,7% maior, mas mesmo assim registrar um novo recorde para o país. O estoque inicial da safra é previsto em 2,7 milhões de toneladas e o final em 3,1 milhões de toneladas, aumento de 15,4%.

A boa rentabilidade e a possibilidade de venda antecipada da produção têm levado os produtores a optarem pela cultura ou a ampliarem suas áreas, diz a Conab. Para 2025/26, a perspectiva da estatal é de crescimento de 3,5% na área plantada. A produtividade pode recuar 2,7%, para 1,89 tonelada por hectare.

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