sexta-feira, setembro 5, 2025

Conab reduz estimativa sobre safra de café para 55,2 milhões de sacas

Conab reduz estimativa sobre safra de café para 55,2 milhões de sacas

Com 96% da área de café colhida até o fim de agosto, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu, em seu terceiro levantamento, a estimativa para a produção brasileira na safra 2025/26, de 55,7 milhões para 55,2 milhões de sacas de 60 quilos. Mesmo com a redução, o volume estimado é 1,8% superior à colheita da safra 2024/25. Os números consideram a produção das espécies arábica e conilon.

A estimativa de uma colheita de café menor do que o previsto em maio, no principal produtor mundial, teve pouco impacto sobre os preços do arábica na bolsa de Nova York nesta quinta-feira (4/9). Os contratos para dezembro avançaram 0,20%, a US$ 3,7440 a libra-peso.


Na visão de Leonardo Rossetti, analista de inteligência de mercado da StoneX, o corte nas projeções para a safra brasileira já estava precificado há tempos, com grande parte dos investidores antecipando um resultado aquém do esperado. Na semana passada, a consultoria também reduziu a previsão para a colheita de café no Brasil, para 62,3 milhões de sacas, ou 3,4% abaixo do estimado em abril.

Vicente Zotti, sócio da Pine Agronegócios, considera que os dados da Conab têm “inconsistências”, por isso não influenciaram os preços futuros.

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“Ao analisar as projeções para o arábica, a primeira estimativa [da Conab] apontava para 34,5 milhões de sacas, que depois passou para 36,8 milhões e agora está em 35,2 milhões de sacas. Devido a essa diferença, o mercado dá menos peso para uma única projeção específica e passa a considerar uma média, analisando os números das principais casas”, afirmou.

A Pine projeta uma colheita de pouco mais de 61 milhões de sacas de café na safra 2025/26.

Na estimativa divulgada ontem, a Conab apontou um aumento de 3% na produtividade das lavouras na média nacional, que saiu de 28,8 sacas por hectare em 2024/25 para 29,7 sacas por hectare nesta safra. “É importante lembrar que em 2024, ano de bienalidade positiva, o desempenho das lavouras foi prejudicado devido às adversidades climáticas registradas em diversas regiões produtoras”, afirmou a estatal, no relatório que acompanhou a previsão.

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A área em produção no atual ciclo está estimada em 1,86 milhão de hectares, queda de 1,2% em relação à safra anterior.

Essa queda se deve, principalmente, ao ciclo de baixa bienalidade associado à redução da área em produção, segundo a Conab. Minas Gerais, principal Estado produtor de café do país, deve colher 24,7 milhões de sacas, 10,8% menos que na safra anterior. “Além da bienalidade negativa, o registro de longo período de seca nos meses que antecederam a floração influencia na queda esperada”, disse a Conab.

Para o conilon, a estatal estimou uma produção de 20,1 milhões de sacas, aumento de 37,2% em relação à safra anterior e de 2 milhões de sacas em relação à projeção de maio. O clima regular que favoreceu parte das floradas e a boa formação de frutos, em especial no Espírito Santo, explicam a previsão de alta.

O Estado, maior produtor da espécie conilon no Brasil, deve colher 13,8 milhões de sacas, 40,3% mais que na safra anterior, graças ao bom volume de chuvas, segundo a autarquia.

Outros Estados

Outro importante Estado produtor, a Bahia deve registrar uma melhora de 33,5% na produção total do grão (arábica e conilon), estimada em 4,1 milhões de sacas em todo o estado. Tal crescimento se deve à entrada de novas lavouras em produção, com alta produtividade e manejo irrigado, sobretudo na região do Atlântico, onde predomina a espécie conilon, e no Cerrado baiano. Na espécie conilon, que representa 72% da produção de café na Bahia, observa-se o expressivo crescimento de 51,2%, com o volume de produção previsto em 2,95 milhões de sacas. A espécie arábica apresenta crescimento de 2,4%, prevista em 1,1 milhão de sacas.

Rondônia também deverá registrar um acréscimo de 10,4% na colheita em comparação à safra passada, com uma produção estimada em 2,3 milhões de sacas em 2025.

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