Medida foi discutida com entidades do setor arrozeiro
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou uma portaria ministerial para a compra de 110 mil toneladas de arroz, por meio de contrato de opção de venda para a atual safra. A medida foi divulgada após reunião do presidente da Conab, Edegar Pretto, com o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Denis Nunes, e com a diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria do arroz (Abiarroz), Andressa Silva.
O presidente da Federarroz, Denis Nunes, lembrou que os preços baixos do cereal nos meses de maio e junho exigiram uma reação do setor, e que uma das alternativas seria a adoção de COVs (contratos de opção de venda). “Nos sentimos sempre muito desconfortáveis quando temos que recorrer às ferramentas do governo para comercialização (Conab). Sentimos uma certa incapacidade de conseguir gerir as nossas fazendas diante dessas depressões de preços”, ponderou.
Nunes ressaltou que o setor tem atuado no sentido de conquistar novos mercados, devido à qualidade e à tecnologia da produção do arroz no Estado. “E temos, sim, trabalhado para conquistar mercados e consumidores, conscientizando os brasileiros da importância do arroz na alimentação”, reforçou.
Já a diretora-executiva da Abiarroz, Andressa Silva, destacou que o setor tem manifestado preocupação com a sustentabilidade da cadeia produtiva do arroz. “E não interessa à indústria trabalhar com preços muito depreciados, e muito menos com essa oscilação de preços que nós observamos no setor. Essa instabilidade compromete a segurança do produtor em produzir, da indústria em comercializar, e também tem um impacto negativo no consumo do arroz”, ponderou.
Andressa exemplificou que, quando os preços estão muito elevados, o consumidor migra para alternativas de produtos. E, quando os preços estão muito baixos, o consumidor perde a referência de valor do arroz. “O Brasil é autossuficiente na produção do cereal, e isso é um fato a ser comemorado, porque não dependemos do mercado externo para abastecer a população. Isso faz com que seja necessário um comprometimento de todos os agentes da cadeia, inclusive do governo, para garantir a viabilidade da atividade, com vistas a manter a segurança alimentar da população brasileira”, concluiu. Nesse sentido, a diretora-executiva destacou a importância do diálogo permanente que tem ocorrido com os governos.