O foco do melhoramento híbrido está em aumentar a resistência a doenças
O cultivo de batata sempre foi um desafio para agricultores e melhoristas, devido à complexidade genética da planta. Variedades comerciais não se autopolinizam, possuem quatro conjuntos de cromossomos e são propagadas por tubérculos, o que garante uniformidade genética, mas limita a renovação e favorece o surgimento de doenças. Charles Miller, diretor da empresa holandesa de biotecnologia Solynta, explica que “cada vez que se faz uma cópia, a qualidade diminui”, tornando o melhoramento tradicional uma verdadeira loteria.
Entre os benefícios práticos, Miller destaca que sementes híbridas facilitam o plantio sem necessidade de armazenar tubérculos em grandes armazéns climatizados, reduzindo custos e impactos ambientais. Em países como o Quênia, onde se podem ter duas safras por ano, a tecnologia permite semear rapidamente quando o clima permite, mesmo em regiões sem infraestrutura de armazenamento adequada.