Produtores de milho devem redobrar a atenção neste mês de julho. Conforme análises da TF Agroeconômica, este é historicamente o pior período para realizar vendas do cereal. A recomendação é clara: evitar negociações agora. No entanto, caso o produtor precise vender para quitar compromissos financeiros, a orientação é converter o volume vendido fisicamente em contratos de compra na B3. Essa estratégia permite mitigar perdas diante das prováveis altas do segundo semestre, quando os estoques internos começarem a se esgotar.
De acordo com o relatório divulgado pela TF Agroeconômica, diversos fatores reforçam a expectativa de valorização no segundo semestre. Um dos principais é o acordo firmado entre Estados Unidos e Vietnã, país relevante na importação de ração animal. A medida valorizou o milho na Bolsa de Chicago e pode abrir caminho para outros acordos comerciais. No entanto, esse movimento pode ser negativo para exportadores do Brasil e da Argentina, já que o Vietnã também compra desses países.
Outros fatores de alta incluem o retorno das “retenciones” (impostos de exportação) na Argentina, o que pode limitar a competitividade do milho argentino no mercado externo; a confirmação de novas vendas de milho americano para destinos desconhecidos; e o bom desempenho do milho dos EUA no relatório semanal do USDA. Além disso, no Brasil, o avanço da mistura de etanol de milho na gasolina, de E27 para E30, deve elevar a demanda interna, que já é aquecida mesmo com uma safra maior, segundo a Conab.
Com esse cenário de possíveis valorizações e mudanças na dinâmica global de exportações, o produtor que conseguir postergar vendas poderá aproveitar melhores oportunidades no segundo semestre. O momento é de planejamento e cautela.