sexta-feira, agosto 22, 2025

Pesquisa e mercado impulsionam trigo em Mato Grosso do Sul

Pesquisa e mercado impulsionam trigo em Mato Grosso do Sul

Evento foi realizado pela Embrapa Agropecuária Oeste e Cooperalfa

No dia 20 de agosto de 2025, a Embrapa Agropecuária Oeste e a Cooperalfa promoveram um Dia de Campo de Trigo, reunindo produtores rurais e técnicos na sede da Embrapa, em Dourados, MS, para troca de conhecimentos sobre a cultura. O evento, realizado pela manhã, apresentou dados da cooperativa e resultados de pesquisas da Embrapa, no auditório e na vitrine tecnológica, destacando desafios e oportunidades para a expansão da produção em Mato Grosso do Sul e no Cerrado.


O diretor da Cooperalfa, Claudiney Turmina, destacou a dependência externa do Brasil, que ainda importa cerca de 40% do trigo consumido. Para ele, o caminho é avançar rumo à autossuficiência. “É inevitável expandir a produção no Cerrado. O trigo precisa fazer parte de um sistema produtivo sustentável. Cabe a nós tornar essa cultura viável para o produtor”, afirmou.

Já o supervisor de produção da Cooperalfa, Luan Bernardi, apresentou os processos de produção da cooperativa e os projetos especiais voltados para nichos como nutrição infantil, trigo melhorador e trigo confeitaria. “Precisamos de uma cadeia produtora de qualidade, porque a cooperativa atende multinacionais”, reforçou.

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Ele ainda ressaltou que a cultura do trigo traz benefícios adicionais, como melhoria do solo, ciclagem de nutrientes e redução de plantas daninhas. “Tem propriedade que a produtividade da soja pós-trigo chega a aumentar até 20%”, destacou.

O analista Bruno Lemos, da Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS), reforçou que o “trigo é um ótimo negócio” e lembrou que a Embrapa criou o programa de trigo tropical. “Estamos engajados em pesquisas e já entregamos materiais com maior tolerância à brusone, à seca e ao calor. Mas é fundamental respeitar a janela de plantio de cada região. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, ela vai do final de abril ao início de maio”, explicou.

O pesquisador Claudio Lazzarotto, da Embrapa Agropecuária Oeste, apresentou resultados da avaliação do cultivo de trigo no campo experimental, com cultivares da Embrapa e de outras empresas, nos últimos três anos — período em que a região enfrentou temperaturas mais elevadas e clima mais seco que a média. Em 2022, a produtividade variou de 34 a 69 sc/ha; em 2023, de 29 a 49 sc/ha; e em 2024, de 51 a 88 sc/ha. “Temos genética para produzir muito bem. No Programa Alfa, temos seis cultivares com potencial de 4 a 5 mil kg/ha”, afirmou, acrescentando que “o sistema produtivo está sendo aperfeiçoado”. Hoje, a média no Estado é de cerca de 3 mil kg/ha.

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O pesquisador também destacou que a intenção não é substituir o milho pelo trigo. “Existe espaço para os dois. Se o produtor utilizar de 0,5% a 1% da área de milho para cultivar o trigo, ele não está sacrificando o milho e ainda aproveita os benefícios do trigo”, concluiu.

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