Menor oferta de boiadas terminadas e a melhora no escoamento da carne abriram espaço para aumentos das cotações em várias regiões
Depois de enfrentar uma forte pressão baixista em julho, o mercado pecuário começa a esboçar uma recuperação das cotações no início de agosto. Nesta segunda-feira (4/8), apesar de um mercado mais especulativo do que ativo em negociações, a menor oferta de boiadas terminadas e a melhora no escoamento da carne abriram espaço para aumentos de preços em várias regiões, informa a Scot Consultoria.
Das 32 praças pecuárias monitoradas pela Scot, 24 permaneceram com preços estáveis para o boi gordo nesta segunda-feira, enquanto oito registraram altas. Entre as regiões que tiveram aumentos estão Araçatuba (SP) e Barretos (SP), referências para as cotações do setor.
Nas praças paulistas, o aumento foi de R$ 2 para todas as categorias. Com isso, o preço do boi gordo passou para R$ 297 a arroba para o pagamento a prazo.
Segundo o analista Felipe Fabri, da Scot Consultoria, o mercado foi sustentado por uma diminuição de oferta de boiadas frente ao que vinha sendo entregue até então.
“O fato é que o clima tem pesado e a oferta de gado de pastagem já tem escasseado ao longo dos últimos dias. O pecuarista que ainda tem pastagem para conseguir segurar o seu rebanho – mesmo que com uma suplementação – não tem entregue essa boiada com facilidade. A indústria também viu suas escalas darem uma diminuída e com isso precisou sair as compras ofertando mais pela arroba do boi gordo”, explica.
A alta dos animais também está se refletindo na carne para o varejo. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a carcaça casada de boi no atacado da Grande São Paulo aumentou 3,1% na última semana, com o quilo voltando a R$ 20,59 à vista no dia 1º de agosto.