Mesmo diante do cenário do tarifaço, volume de carne enviado aos Estados Unidos foi praticamente o mesmo do mês anterior
O mercado pecuário segue mostrando tendência de alta de preços no início de agosto. Esse movimento é consequência da menor oferta de animais para abate durante um período de desempenho positivo do mercado interno, além do bom resultado das exportações de carne bovina.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta quarta-feira (6/8) mostram que o mês de julho registrou mais um recorde histórico nas exportações do setor. O volume embarcado de carne in natura e processada chegou a 310.209 toneladas, 15,3% a mais que em junho e 4% acima do recorde de 298,24 mil toneladas alcançado em outubro do ano passado.
A receita também atingiu máxima histórica, na marca de R$ 9,2 bilhões, o que representa 16,4% acima do recorde recém-batido em junho. A divulgação do recorde ocorreu no mesmo dia em que entraram em vigor as tarifas de 50% sobre as exportações de produtos brasileiros para os Estados Unidos, que estão preocupando o setor pecuário.
No entanto, mesmo com esse cenário, o volume de carne bovina enviado aos Estados Unidos em julho foi praticamente o mesmo do mês anterior, atingindo 18.235 toneladas. O preço médio baixou de US$ 6,78/ por quilo (R$ 37,63) em junho para US$ 6,58 por quilo (R$ 36,39) em julho.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) destaca também o avanço nas negociações de abertura do Japão à carne bovina. “Ainda que esteja, no momento, sendo discutida a importação da carne bovina apenas dos três Estados do Sul, a notícia não deixa de ser positiva para a pecuária brasileira”, afirma o Centro de Estudos.
Nesta quarta-feira, das 32 regiões pecuárias monitoradas pela Scot Consultoria, 17 registraram aumentos de preços para o boi gordo, enquanto 15 tiveram estabilidade nas cotações. Nas praças de Araçatuba (SP) e Barretos (SP), que são referências para o mercado, os preços do boi gordo aumentaram em R$ 5, para R$ 305 por arroba no pagamento a prazo. Os valores do “boi China” e da novilha também subiram R$ 5 por arroba, enquanto a cotação da vaca teve alta de R$ 3 por arroba.