Produção da pluma deve cair, mas exportadores projetam volume de embarques recorde
A valorização do milho e a pressão sobre os prêmios do algodão têm feito muito produtor repensar a área de cultivo da pluma, o que deve reduzir a produção nesta safra. O cenário internacional, porém, inspira confiança na indústria. Entidades do segmento acreditam que o volume de exportação deverá não só crescer em 2026 como bater recorde.
“Como a gente entrou com atraso no início da safra, vamos ficar com bastante algodão para exportar no ano que vem, e, com isso, devemos diminuir os nossos ‘vales’ de exportação”, analisa o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Dawid Wajs.
Para ele, o início de um entendimento entre China e Estados Unidos é um fator positivo, uma vez que a incerteza do cenário pode tirar a confiança dos empresários, o que afeta os negócios. “Estabilidade no mundo a gente não vai ter. Precisamos de um pouco mais de certeza pra entender para que lado as coisas vão”, resumiu. Ele observou que a demanda por algodão está muito atrelada ao crescimento do PIB.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que o Brasil produzirá 3,959 milhões de toneladas de algodão, o que, caso se confirme, representará uma queda de 2,9% em relação ao ciclo anterior. A diminuição deve-se principalmente ao declínio da produtividade (-3,5%), já que a área manteve-se praticamente estável, tendo crescido 0,7%.
“O plantio deve de fato se intensificar a partir de janeiro, com o plantio das lavouras de segunda safra”, relata o gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Fabiano Vasconcellos.


