Para acessar o mercado suíço, produtores precisam ter certificação de produção orgânica
produtores de mel do norte de Minas Gerais, maior região produtora de mel do Estado, buscam mercados alternativos para exportar a produção, que ficou mais difícil após o aumento da tarifa de importação pelos Estados Unidos a partir de julho. A Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas (Coopemapi) iniciou negociações para começar a exportar mel para a Suíça.
Para acessar o mercado suíço, no entanto, os produtores precisam ter certificação de produção orgânica. Segundo Luciano Fernandes de Souza, presidente da Coopemapi, a cooperativa busca ampliar a certificação orgânica para pelo menos 100 produtores associados.
“Cerca de 80% do mel que a gente exporta vai para os Estados Unidos. Por lá, ainda não teve início o período de compra e comercialização, que deve ocorrer a partir de novembro, com a assinatura de contratos. Vamos sentir o impacto maior dessas tarifas comerciais e instabilidade econômica de agora para frente”, diz Souza.
Em 2024, só um cliente americano comprou nessa mesma época três contêineres de mel, que equivalem a 23 toneladas e cerca de R$ 800 mil em receita. Neste ano, o mesmo comprador desistiu do pedido por conta do tarifaço.
O entreposto da cooperativa em Bocaiuva, no norte de Minas, opera com capacidade média de beneficiamento de 120 toneladas de mel por ano. Segundo a cooperativa, o produto mantém preço estável devido à quebra de safra nacional, especialmente no mel de aroeira, cuja produção no Norte de Minas caiu 70% em razão dos dias seguidos de frio. Mas há preocupação com o impacto do tarifaço para as exportações futuras.


