terça-feira, agosto 19, 2025

Queda no preço do arroz acende alerta no setor e pode impactar próxima safra

Queda no preço do arroz acende alerta no setor e pode impactar próxima safra

Cadeia produtiva busca equilíbrio para produtores, indústrias e consumidores

A queda nos preços do arroz, influenciada pelo aumento da oferta interna e por oscilações do mercado internacional, tem gerado preocupação no setor orizícola. Para o Sindicato das Indústrias de arroz de Santa Catarina (SindArroz-SC) as constantes variações do preço afetam diretamente o estoque das indústrias e podem impactar até mesmo na próxima safra. Pensando em evitar ainda mais desgaste, a entidade avalia que o equilíbrio entre produtores, indústrias e consumidores seria o ideal para a manutenção de toda a cadeia produtiva.


Conforme alertam os presidentes do SindArroz-SC, Walmir Rampinelli, e da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Renato Franzner, o aumento significativo gerou estoques elevados em toda a cadeia. Ao mesmo tempo, observa-se uma redução no consumo interno, especialmente entre as novas gerações, o que agrava ainda mais o desequilíbrio entre oferta e demanda.

O cenário se torna ainda mais desafiador, conforme Rampinelli, com a reabertura das exportações de arroz pela Índia e o aumento da competitividade dos Estados Unidos no mercado global. Diante do câmbio desfavorável, o Brasil optou por reduzir suas exportações, o que pressionou os preços internos, que chegaram a recuar para a casa dos R$ 60 a saca de 50 kg em algumas semanas.

- Advertisement -

Impactos na safra 25/26
A semeadura da safra 2025/26 deve começar entre agosto e setembro, podendo se estender até outubro em algumas regiões. No entanto, de acordo com o presidente do SIndArroz-SC, o atual contexto pode desestimular os produtores a investirem na lavoura, o que comprometeria a eficiência produtiva.

As indústrias e a pressão do mercado
As indústrias orizícolas, elo fundamental entre o campo e o consumo, enfrentam pressão tanto de produtores quanto do varejo. Com margens reduzidas e estoques elevados, as empresas operam em um ambiente de alta complexidade e buscam soluções para manter sua competitividade.

“As indústrias precisam trabalhar e vender. Até a próxima safra, devemos permanecer em um empate, mas precisamos de preços mais atrativos para o próximo ciclo, pensando também nos produtores, pois estamos ao lado deles. Queremos que o preço do arroz reaja e se mantenha justo, sem tantos picos para cima ou para baixo. Hoje, as indústrias estão com margens apertadas e baixo resultado, mas precisamos acreditar que haverá recuperação”, enfatiza o presidente do SindArroz-SC.

- Advertisement -

Caminhos para restabelecer o preço
Na avaliação do presidente da Abiarroz, o Brasil possui dois caminhos para tentar equilibrar o preço do arroz para toda a cadeia produtiva: escoar ou reter a produção. A primeira alternativa envolve o programa “Brazilian Rice”, desenvolvido em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), que pensando em aumentar as exportações, já abriu mercados na América Latina e também possui tratativas em andamento com países da África e no Oriente Médio. Já a segunda alternativa seria a criação de um estoque regulador, por meio de compras governamentais realizadas pela Conab, a serem usadas em eventuais períodos de frustração em safras futuras.

Últimas Notícias

Mais notícias