Já culturas como soja, milho e algodão devem enfrentar margens mais apertadas
O ciclo agrícola 2025/26 começa com um cenário de grandes incertezas para o agronegócio brasileiro. A combinação de fatores como juros elevados, tensões geopolíticas (especialmente no Mar Negro e no Golfo Pérsico), preços internacionais deprimidos e alta dependência externa de fertilizantes coloca pressão sobre a formação de custos e sobre a gestão de riscos em toda a cadeia produtiva. Além disso, a inadimplência crescente e o crédito mais restrito ampliam o desafio para os produtores.
Segundo análise de Renato Correia e Cesar de Castro Alves, do Itaú BBA, mesmo com adversidades climáticas e econômicas, há espaço para crescimento em setores como proteínas animais, que se beneficiam de custos de ração mais baixos e forte demanda externa. O boi gordo se destaca com exportações firmes e aumento nos confinamentos. Para aves e suínos, a perspectiva também é positiva, apesar do impacto momentâneo da gripe aviária no Rio Grande do Sul. Já culturas como soja, milho e algodão devem enfrentar margens mais apertadas, especialmente pela alta dos insumos e pelo cenário de estoques globais confortáveis.
“Todo esse potencial de oportunidades de crescimento para o agronegócio brasileiro, obviamente para ser aproveitado, exigirá uma azeitada coordenação entre iniciativa privada e pública, dados os nossos históricos desafios e gargalos de infraestrutura, disponibilidade de recursos adequados e incerto ambiente de negócios amplamente conhecidos”, conclui.