sexta-feira, agosto 22, 2025

Silos secadores são solução ao déficit de armazenagem em SC

Silos secadores são solução ao déficit de armazenagem em SC

Santa Catarina registrou produção recorde de grãos

Santa Catarina registrou produção recorde de grãos na safra 2024/25. Conforme o levantamento realizado pelo Observatório do Agro Catarinense, o crescimento no volume total foi de 20,7% em comparação com ciclo 2023/24. O panorama positivo, conquistado através de múltiplos fatores como tecnologia, manejo e clima favorável, esbarra no déficit de armazenagem enfrentado pelo Estado. O Boletim Agropecuário de junho expõe o descompasso entre a produção agrícola e sua capacidade de armazenamento. Entre 2020 e 2025, a produção total de grãos aumentou 19% em Santa Catarina, enquanto os espaços destinados para sua armazenagem foram ampliados em apenas 5,1%.


A extensionista do município de Galvão, Elaine Regina Baggio, explica que os silos são utilizados para a secagem e armazenagem dos grãos, principalmente em pequenas propriedades. Eles possuem diferentes capacidades de armazenamento, que variam de 300 a até 2.500 sacos. Elaine aponta que além da redução dos custos com secagem, armazenagem, transporte e frete, os grãos colhidos na propriedade possuem qualidade superior aos recebidos dos silos comerciais, o que é um fator bastante positivo, principalmente para os produtores que se dedicam à pecuária, porque geram mais rendimento e qualidade na alimentação dos animais.

Este é o caso de Anderson Giacomin, de Galvão. Em sua propriedade, ele e a família cultivam soja, milho, trigo e feijão, adotam diversas práticas de agricultura regenerativa, como o uso de plantas de cobertura,  e ainda mantêm um pequeno rebanho de gado de corte. O agricultor relembra que a decisão de investir em um silo secador foi gradual. Eles buscavam melhorar a qualidade do grão cultivado, mas não estavam seguros de que esta fosse uma opção viável para a propriedade. Em uma feira, ele e a família viram uma miniatura do silo secador no estande da Epagri, conversaram com extensionistas, visitaram algumas propriedades que já haviam optado por este tipo de armazenagem e passaram a considerar o investimento. “Fiz o curso ‘Negócio Certo Rural’, no Sebrae e a partir de uma análise criteriosa de custo e benefícios, percebi que o silo se pagaria, então optamos pela construção em 2024”, diz.

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Anderson construiu dois silos com capacidade para 2.500 sacos e já observa algumas mudanças. Segundo ele, este processo não altera as características do grão, como pode ocorrer, por exemplo, na secagem com ar aquecido. Com isso, a qualidade do grão é superior. Além de reduzir os custos, ele também consegue vender sua colheita em momentos mais favoráveis e agora destina parte do plantio de milho para a produção de farinhas, aumentando sua renda. Essas transformações geraram otimismo, que agora é repassado a outros agricultores em eventos técnicos realizados em sua propriedade. No mês de julho a família Giacomin recebeu 25 produtores rurais interessados em saber um pouco mais sobre o sistema de silos secadores.

Os participantes da tarde de campo receberam instruções dos extensionistas da Epagri Cezar Roberto Bevilaqua, de Passos Maia, e Paulo César Menoncini, do escritório de São Carlos. O objetivo de atividades como esta é “difundir informação sobre uma tecnologia interessante que pode ser utilizada na propriedade e que vai gerar mais rendimento e qualidade nos grãos”, afirma Jeferson Soccol. No mesmo sentido, Anderson defende que é preciso difundir a ideia para outros produtores. “Com o silo secador na propriedade é possível diminuir os gastos com o frete e a armazenagem. Além disso, o agricultor pode ter acesso ao grão que ele mesmo cultivou, que costuma apresentar mais qualidade e se torna uma excelente ração, porque o processo de secagem é feito apenas com ar natural, o que mantém suas principais características”,  afirma o produtor.

Por se tratar de uma área estratégica para o desenvolvimento da produção agrícola catarinense, a armazenagem de grãos é uma das áreas contempladas pelo programa Pronampe Agro SC, da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina. Através dele, os agricultores familiares podem obter auxílio financeiro para pagamento dos juros de financiamento contratados no Plano Safra, para investimento em suas propriedades. O pedido de adesão ao programa Pronampe Agro SC deve ser feito nos escritórios municipais da Epagri.

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